- Trouxe um pacote de Halls, to com um na boca. Tem um último no pacote, queria dar pra ti.
- Traz. Eu vou guardar o papelzinho.
- O que tu achas que aconteceria com a gente? Não ia dar em nada?
- Não. Com a gente seria forte. Mas eu não sei no que daria.
- Por quê?
- 700.
- É mais, né?
- Se não for 900. Mais uma mãe.
- Entendi.
- O que você acha?
- Sinceramente, talvez não seja nada especial. Agora que tu me falou que não, eu me assustei. A gente é muito amigo, já pensou nisso? Meu melhor amigo do colégio me abandonou na sétima série.
- Por que tu se assustou?
- Porque eu não quero que isso aconteça com a gente.
- Justo.
- Eu faço essas brincadeiras, mas nunca me caiu a ficha... Tu é muito especial pra mim. Eu vou parar de brincar assim.
- Não vejo porquê.
- Você tava me seduzindo.
- Eu tava?
- Claro que tava!
- Você pode até parar de brincar, mas isso existe, de fato. Você vai estar só fingindo que não.
- O que existe?
- Não tem nome.
- A gente tem alguma coisa, né? Eu sabia.
- Ah... Eu não preciso falar.
- Precisa sim.
- Talvez eu não queira. Não era pra você descobrir.
- Quando você começou a sentir isso?
- Oficialmente? Terça-feira, 28 de julho de 2009.
- O que aconteceu esse dia?
- Eu não sei explicar, parece sem cabimento.
- Você acabou de se declarar pra mim.
- Eu sei.
- Como eu consegui tirar isso de ti?
- Aconteceu.
- Você já queria dizer, então.
- Na verdade, eu tenho algo pra te mostrar.
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- Agora tu sabe de tudo.
- Tens isso há muito tempo!!
- Sim..
- Conseguiu me fazer sorrir por pelo menos dez minutos. Sem parar.
- Não pensei que eu fosse te mostrar isso tão cedo.
- Tava esperando completar dois anos?
- Tava esperando te seduzir o suficiente.
- Eu simplesmente não sei o que dizer.
- O quanto disso é recíproco?
- Boa parte.
- Eu sentia que sim, mas jurava que não.
- Parece que tu saiu de um livro. Eu realmente gostaria de estar contigo agora. Mas eu decidi que eu não sou de ninguém e nem vou ser por um bom tempo.
- Nem se você quisesse teria como. É melhor assim, então.
- Eu não vou mentir pra ti...
- Eu não tô esperando algo. A diferença é que agora tu já sabe. Acabou todo o mistério.
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- Eu vou te decepcionar. Vai virar mais dois textos e eu vou perder uma amiga.
- Por que me decepcionar?
- Porque tu não vais negar. E eu não vou querer mais do que isso.
- Eu acho que você não entende o que eu sinto por você. Não é fácil de entender mesmo.
- É..
- Eu gosto mesmo de você. Eu gosto faz tempo, não vai acabar de uma hora pra outra. Não precisa ter medo de me decepcionar. Eu sei que você não quer casar e pretende viajar pra Romênia ou qualquer outro lugar muito longe daqui.
- Até hoje só teve uma garota que me fez acreditar que se algemar valesse a pena, e não deu certo. Mesmo que também não desse certo, talvez você fosse a segunda, se estivesse mais perto.
- Mas eu não estou, então eu nem penso sobre.
- De qualquer forma, quando você estiver, e isso vai acontecer em algum momento, esteja preparada. E eu to falando sério. Porque tu vais ser minha.